Fonte: Club-k.net

Com estas duas perspectivas, estamos diante de dois projectos de sociedade que têm objectivos próprios, que iniciam comportamentos únicos que dão identidades únicas e diferentes ao MPLA/JES e a UNITA.
No mundo actual aonde se vai impondo a sociedade do conhecimento, com mudanças acontecendo com mais frequência, intensidade e rapidez, as organizações a surgirem e a desaparecerem num meio de intensa concorrência, pela globalização, pela intensificação dos processos de comunicação, bem como pela contextualização no perfil da comunicação e dos comunicadores, foi importante o que aconteceu com a UNITA nos últimos dias com debates a volta da sua cultura democrática por toda sociedade que, deve passar a exercer o seu direito à informação sobre o que são os Partidos Políticos em Angola para que suas escolhas, sejam feitas em sã consciência e não no escuro como vem acontecendo no nosso tempo onde os eleitos se apropriam do erário público e deixam os soberanos como pedintes.
Deste debate e de tudo quanto se escreveu, a UNITA tem de saber tirar as devidas lições à altura da sua Agenda de construção do Estado Democrático de Direito e desenvolvimento inclusivo que impõe a cidadania através do Bilhete de Identidade e único instrumento legal que deve dar acessso ao exercício dos demais direitos e não do cartão de membro do MPLA/JES como acontece.
Confrontar a Agenda retrógrada do MPLA/JES com a Agenda da Revolução Democrática da UNITA, exige foco no objectivo que permanentemente será visionado pelos cidadãos, através das nossas atitudes democráticas e de abertura plena para todos angolanos que são nossos eleitores.
As questões que coloquei ao Partido foram internas, com a deliberação do Comité Permanente a torná-las públicas atitude que julgo saudável, porque a UNITA não é uma instituição secreta ao serviço dos seus membros. A UNITA é património dos angolanos que precisam conhecê-la mais e melhor para não se cair no erro de confiar em Partidos que se transformaram em algozes dos combatentes da luta para a independência nacional.
Na teoria da revolução democrática está demonstrado que a camada superior da classe média sempre traiu os aliados de luta e é o que está a acontencer também aqui em Angola. O Ideário dos Movimentos de Libertação na sua gênese (FNLA, MPLA e UNITA) eram profundos, revolucionários e motivadores. Hoje é só ver; uma minoria se transformou dona de Angola.
Por isso, a UNITA deve seguir uma direcção diferente daquela que está a ser seguida pelo MPLA/JES. Deve seguir na direcção de maior abertura democrática, aceitando a crítica como oportunidade para melhorar permanentemente em tudo. Deve ir ao encontro da classe média, conquistâ-la e transformá-la em força principal na condução da Revolução Democrática que objectiva a transformação da sociedade feudal em sociedade mais moderna, caminhando para uma maior e melhor integração dos grupos sociais numa base política, social, económica e cultural mais equilibrada.
No passado nas FALA, tinhamos uma instituição conhecida por “Comité do Soldado” que representava a linha de defesa democrática dos soldados e sargentos junto dos oficiais. Defendia a linha política e os objectivos do Partido.
O “Comité do Soldado” era a menina do olho do Alto Comandante e respeitada pelos oficiais generais, superiores e subalternos. Os seus membros eram os mobilizadores da bravura patriótica e eram intransigentes na defesa dos valores patrióticos e da UNITA, que bem dominavam.
Como Comissário Político das FALA, fui o organizador dessa instituição que me inspira até hoje. Por isso, não é novidade a cultura de debate democrático interno na UNITA para todos os que conhecem bem esse Partido.
Nesta conjutura, temos estado a aprender que só perde a UNITA quando se verificar retrocesso democrático nos comportamentos dos seus membros. Quem perde é só a UNITA por ser sobre ela que recai toda cobrança em volta do processo de democratização de Angola, enquanto que se for com o MPLA/JES os angolanos pouco se importam por conhecerem a sua verdadeira Agenda que passa pela afirmação do Estado autocrático. Ou seja, no âmbito da democratização de Angola, todo um erro praticado pelo MPLA/JES a sociedade o encara normal por conhecer a sua Agenda de sociedade ao passo que se for com a UNITA a sociedade reage imediatamente por reconhecer nela a origem da Agenda de democratização de Angola.
O Estado Democrático de Direito é o Estado do povo. É uma conquista contra os regimes opressores sobre o verdadeiro soberano; o povo. Enquanto que noutra perspectiva as classes abastadas em Angola sob liderança do MPLA/JES utilizam o aparelho do Estado para diminuir o impacto da Democratização de Angola com a supressão das liberdades fundamentais na comunicação social, nos locais de trabalho, nos hospitais, nas escolas com a finalidade de inibir as transformações democráticas no país.
Daqui surge a necessidade de um amplo projecto nacional de consciêncialização do povo para este perceber que o desenvolvimento político, social, económico e cultural de Angola e consequentemente a dignificação dos angolanos que passa pela democratização do País é sua responsabilidade. Pois não se trata de presunção, uma vez que a história da humanidade demonstrou que o processo da organização das sociedades democráticas gera margens. E em Angola queira-se ou não, a UNITA por força do contexto histórico devido a sua conduta patriótica, acção democrático-revolucionária, representa a outra margem que os angolanos precisam e esperam testar pelo progresso dos angolanos depois das frustrações geradas na outra margem-MPLA/JES.
Reside aqui finalmente, a necessidade imperiosa dos membros da UNITA em particular, dos angolanos no geral, estarem vigilantes para impedirem práticas que fragilizem a Democratização do País. Estes devem deixar de se conformar com tais práticas e disponibilizarem-se para o debate sério e profundo que o processo democrático em Angola clama, representando uma missão histórica que a ctual geração de mais velhos e jovens não pode negar nem ofuscar.
Nesse sentido, a “UNITA tem de continuar a ser um amplo estuário” para o aprofundamento democrático e afirmação de todas as forças democráticas no país, agindo cada vez mais com actos internos abertos a sociedade, que transmitam permanetemente coerência e integridade na sua postura democrática.
Para tal, a UNITA tem de continuar a forçar o Regime no cumprimento da Agenda da Democratização do País com realce nas seguintes questões:
• Parar os actos de assassinatos e raptos políticos, atraves de acções de manifestações, responsabilização política e criminal do Governo angolano nos tribunais Nacionais e internacionais;
• Vigoroso combate à fraude eleitoral, impondo outros intrumentos democráticos e legais de pressão mais eficazes e incluir uma revisão as áreas nebulosas da Lei Eleitoral;
• Dar maior acutilância a agenda de Reconciliação Nacional nos domínios Político, económico, social e cultural;
• Urgente normalização dos actos para a implantação definitiva do Poder Local em Angola nos termos previstos pela Constituição;
• Publicação, regulamentação e aplicação da Lei sobre a Comunicação Social, bem como, a transmissão pública dos debates parlamentares, lutar pela pluralidade da informação e a expansão da Rádio Eclésia; • Despartidarização do Estado angolano;
• Instituição do salário minimo condígno para os angolanos no sector público e privado;
• Exercer pressão ao Executivo para dar respostas concretas às procupações dos jovens que passam pelo combate ao desemprego, falta de habitação, formação e ensino qualitativo e acesso aos serviços de saúde. Dar especial atenção às raparigas em situação de vulnerabilidade.
• Conclusão da agenda referente à desmobilização dos ex.militares das ex. ELNA, FAPLA e FALA, incluindo respectivas pensões de reforma;
• Institucionalização da Alta Autoridade contra a Corrupção e da efectiva aplicação da Lei da Probidade Pública;
• Cumprimento escrupuloso da Constituição da República de Angola em relação à liberdade das manifestações.
• Dignificação dos membros dos órgãos de defesa e segurança, através da melhoria nas suas condições de vida, bem como, pela democratização dos respectivos órgãos.
A UNITA tem para este desafio, três fortes aliados-o povo, a lei e a sua abertura democrática para a sociedade nesta árdua, mas nobre luta a favor de angola e dos angolanos em primeiro lugar■
Abílio J. A. Kamalata Numa
ConversãoConversão EmoticonEmoticon